Organizado por Dom Theófilo Leo HFC (csr), Bispo do Rio de Janeiro da Holy Celtic Church. Capela Episcopal de São Judas Tadeu, Rua 29 de Abril, 668, Guaratiba, Rio de Janeiro, RJ.
sexta-feira, 13 de março de 2009
Excomunhão
quinta-feira, 5 de março de 2009
Os últimos momentos de Jesus no alto da cruz (Mc 15, 22-41 e paralelos)
Introdução
Mc 15,22-41 | Mt 27,33-56 | Lc 23,33-49 | Jo 19,17-30 | |
A crucifixão | v. 22-27(28) | v. 33-38 | v. 33-34 | v. 18-24 |
Os insultos e os dois bandidos | v. 29-32 | v. 39-44 | v. 35-43 | |
Maria junto à cruz e palavras de Jesus | v. 25-27 | |||
Sinais precursores da morte de Jesus | v. 33 | v. 45 | v. 44-45 | |
Palavra de Jesus e intervenção do soldado | v. 34-36 | v. 46-49 | v. 28-29 | |
Último grito e morte de Jesus | v. 37 | v. 50 | v. 46 | v. 30 |
Ocorrências após a morte de Jesus | v. 38-39 | v. 51-54 | v. 47-48 | |
Mulheres e outros que estavam presentes | v. 40-41 | v. 55 | v. 49 |
1. A crucifixão
2. Os insultos e os dois bandidos
3. Os sinais precursores da morte de Jesus
Marcos e Mateus citam dois sinais precursores: as trevas e o véu do Templo que se rasga. As trevas teriam coberto sobre toda a terra desde a hora sexta, meio-dia, até a hora nona, três da tarde. Não se trata de procurar uma explicação natural, como um eclipse ou o vento siroco, que pode trazer tanta poeira do deserto a ponto de fazer escurecer o céu. O fenômeno sugere um efeito cósmico da morte de Jesus e faz parte da linguagem escatológica do dia do Senhor e do julgamento divino, por ocasião da vinda do Filho do Homem: "Naqueles dias... o sol escurecerá" (Mc 13,24). Ou como diz Amós: "Acontecerá naquele dia que farei o sol se pôr em pleno meio-dia e escurecerei a terra em um dia de luz" (Am 8,9). Em João a paixão é também entendida como um julgamento divino: "Agora é o julgamento do mundo" (Jo 12,31).
4. Palavras de Jesus e intervenção do soldado
5. A morte de Jesus e repercussões
6. Ocorrências após a morte de Jesus
7. Mulheres e outros que estavam presentes
No jardim de Getsêmani, quando Jesus é preso, todos os discípulos o abandonam. Um discípulo jovem tentou segui-lo, mas também acaba fugindo (Mc 14,50-51). Pedro, que jurara permanecer fiel, acompanha Jesus, junto com outro discípulo, até a casa do sumo sacerdote, mas acaba negando que conhece o Nazareno. João é o único que fala de um discípulo, o discípulo amado, presente junto à cruz. Marcos e Mateus, com algumas variantes, dizem que as mulheres presentes eram muitas, seguiam Jesus e o serviam desde a Galiléia, e mencionam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, a mãe dos filhos de Zebedeu (Mt) e Salomé (Mc).Lucas não cita nomes, mas, em outro lugar, identifica pelo nome estas mulheres que seguiam e serviam a Jesus desde a Galiléia: Maria Madalena, Joana, mulher de Cuza e Susana, além de "muitas outras" (cf. Lc 8,2-3).
Acrescenta, porém, que estavam junto à cruz "todos os conhecidos de Jesus". Logo, também os onze discípulos estariam presentes, à distância, como testemunhas da morte de Jesus.O vínculo entre o mestre e os discípulos não estaria de todo rompido. De fato, Lucas omite a fuga dos discípulos e lembra que "Pedro o seguia à distância" (Hendrickx: 1986, p. 163-164). João é o único a dizer que "junto à cruz estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas e Maria Madalena", além do discípulo que Jesus amava (Jo 19,25-26). Conclusão |
Notas de Rodapé
1- Na análise dos textos de Marcos, Mateus e Lucas seguimos, de modo geral, a exposição de Herman Hendrickx. Los relatos de la pasión. Estúdio sobre los evangelios sinópticos. Madrid: Ediciones Paulinas, 1986.
2- "Santo" era o espaço no tabernáculo (Ex 26,23) e no templo de Salomão (1Rs 6,3.5.17.33) que dava acesso ao "Santo dos Santos". No "Santo" ficava o altar dos perfumes, a mesa dos pães apresentados e dez candelabros (um candelabro de sete braços no templo de Herodes). No "Santo dos Santos" estava a arca da aliança até a destruição do Templo em 587 aC. Somente o sumo sacerdote, uma vez por ano, no Dia da Expiação, podia entrar no "Santo dos Santos" (Lv 16,2; Hb 9,7-10). No templo de Herodes dois véus separavam o "Santo" do "Santo dos Santos".
Ludovico Garmus
Um pouco de espiritualidade
Status quaestionis: Tanto quanto a Psicologia, também a Espiritualidade, como ciência e florescimento da vida, pensa no ser humano como destinatário privilegiado e possível casa da felicidade. Seu quartinho especial chama-se coração.
Grandes Mestres Espirituais sempre se fizeram sensíveis a essa profunda aspiração do cora-ção humano: ser feliz. Esmeraram-se em refletir sobre ela, em definir-lhe a natureza, denunciando possíveis engodos, que chamaram de tentações, e propondo comportamentos pertinentes, que chamaram de virtudes, à sua realização.
Na Espiritualidade concentra-se o que de melhor conhecemos da sabedoria humana. De Jesus, seu mais ínclito expoente, diz-se que foi a encarnação e revelação da sabedoria de Deus. Nele se deram as mãos duas realidades, a saber: o paraíso perdido, que ele reabriu com seu sangue, e as promessas do Reino dos Céus, que ele anunciou com palavras e con-firmou com milagres.
Se, em Jesus, a vida espiritual conheceu sua mais excelente expressão, não deixou, igualmente, de brilhar em grandes e conhecidos homens ou mulheres que criaram escolas de espiritualidade e em pessoas simples e anônimas que foram e são, indiscutivelmente, mestras da arte de viver espiritualmente.
É escusado admitir que há muitas Espiritualidades, além da cristã. Todas elas, enquanto humanas, são legitimamente sadias e caminhos a serem seguidos e perseguidos com denodo e segurança.
Como pessoas, estamos abertos, na admiração, a todas experiências espirituais. Não é pre-ciso ser cristão para dizer que se deve rezar sem neuroses, morrer sem desespero e não cul-par Deus pelo que nos acontece. Não é também preciso ser cristão para saber o quanto é bom perdoar, corrigir o que está errado e não idolatrar o diabo.
Como cristãos, encareceremos, com alegria, a importância de alimentar os sentimentos de Cristo, almejando o ideal duma santidade sem rabugices e refletindo sobre os dolorosos e beatificantes caminhos de crer na Palavra de Deus, sem parcimônia e de olhos fechados.
Não dá para ter espiritualidade cristã sem ter em Cristo o mestre de nosso itinerário espiritual, sem ter fé em suas palavras ou nos destinos humanos a quem ele serviu e exaltou, sem fazer ascese por amor a ele e ao seu Reino. Quando alguém, conscientemente, se entrega ao itinerário do crescimento espiritual, mudam-se seus horizontes e aprofundam-se seus compromissos com o que lhe é superior.
A verdadeira Espiritualidade, assim como a boa Psicologia, tem, no fundo, um discurso que aponta para o paraíso perdido e apresenta propostas e caminhos de felicidade. Uma Espiritualidade que não conhecesse o endereço da Casa da Felicidade, mas teimasse em entristecer as pessoas, seria falsa.
Estou convencido que a pior estupidez humana é a da guerra que mata a vida e que o supremo bem da vida é a paz. É isto o que prega a Espiritualidade dos grandes mestres: que vivamos em paz, que nos amemos como irmãos e que, em paz, honremos o santo nome de Deus. Sem paz não dá para ajoelhar-se numa igreja nem fazer a festa da vida. Hoje, como sempre, os sonhos do amor procuram o endereço da casa da Paz. E só com paz no coração é possível ter espiritualidade e ser espiritual.
1. Ter espiritualidade e ser espiritual
As Igrejas, em geral, falam muito da Espiritualidade e todas as religiões oferecem a seus seguidores um itinerário de vida espiritual. Bastaria lembrar Buda, Confúcio, Moisés, Maomé, Jesus, para lembrar que há muitas Espiritualidades e muitos modos de ser espiritu-al, pensando, entendendo e vivendo a vida. Todos propõem o mesmo ideal: chegar a uma plenitude. Os caminhos, no entanto, são bastante diversos.
O grande teólogo e místico franciscano, São Boaventura, escreveu, no século XIII, um be-líssimo livro sobre a experiência de Deus, intitulado Itinerarium Mentis in Deum (Itinerário da Mente para Deus). A Editora VOZES publicou, na coleção "Herança Espiritual da Humanidade", alguns excelentes estudos que seriam de grande proveito para os interessados em Espiritualidade: Budismo, de Dennis Gira, Islamismo, de Jacques Jomier, Espiritualidade Cristã, de Jesús Espeja e Peregrinos Russos e Andarilhos Místicos, de Mi-chel Evdokimov. Aliás, uma das conseqüências da agitada e estressante vida moderna parece ser a do reflorescimento de uma vida espiritual mais intensa.
Mas antes de olhar para os livros, talvez seja útil à pessoa contemplar e entender seu próprio mistério ou complexidade, formada de corpo e espírito. Pesada por ser corpo e com raízes para não perder a identidade, ela é também leve e rica por ter espírito e asas para insuspeitados vôos, que a fazem sofrida e altaneira diante das pulsões instintivas do bicho que vive dentro dela.
Um e outro, corpo e espírito, somos nós. Não somos só corpo nem só espírito. Somos os dois somados, interligados, interdependentes, fusionados e amalgamados, em permanente comunhão e conflito, no qual o corpo se faz sempre mais exigente e nunca satisfeito e o espírito luta para não soçobrar no desafio de compor com o irmão corpo, sem desequilíbrios, esta difícil unidade.
A espiritualidade tem tudo a ver com esta complexa convivência entre corpo e espírito que, quando não consegue ser integrada, nos torna complicados. A pessoa humana não é um corpo desespiritualizado nem um espírito desencarnado. O modo como trabalhamos esta dualidade, rica e trágica, complexa e difícil de ser integrada, é que, finalmente, definirá nossa espiritualidade.
Ser simplesmente gente já é uma experiência espiritual. Os anjos também são espirituais, mas de outro jeito. O nosso jeito é humano, com corpo e alma, com matéria e espírito, com definições problemáticas e sentimentos desencontrados, com tempo que se esvai e eternida-de que nos assusta. A espiritualidade, por isso, que tem no espírito seu princípio de qualifi-cação, expressa-se eloqüentemente no corpo e somos espirituais na totalidade do nosso ser, por dentro e por fora, no corpo e no espírito, com um e outro.
A força espiritual de uma pessoa se mede pelo grau de intensidade com que faz algo ou como vive os ideais e suas relações. Quanto mais a pessoa se entrega, de corpo e alma, a alguma coisa, ação ou pessoa, mais espiritual ela o é. É muito espiritual, por conseguinte, quem é muito intenso e pouco espiritual quem é melancolicamente superficial.
Alguém pode ser muito espiritual quando trabalha, faz esporte, convive em família ou vai a uma igreja. Pode também ser minimamente espiritual quando reza, come ou faz amor. Bem entendido, um ato sexual pode ser mais espiritual do que a participação em uma procissão, quando o primeiro é feito com corpo e alma e a segunda, só com o corpo e sem alma. Que não haja dúvidas: a caraterística principal da espiritualidade é a intensidade com que se faz o bem, pouco importando que bem, materialmente, se faça.
Ressaltemos, no entanto, que não basta apenas intensidade desregrada de aplicação, que um animal e um bandido também podem ter. Faz-se necessário também retidão justa de inten-ção, que ocorre quando o espírito comanda e coordena o processo de busca do bem deseja-do. Não se pode, por isso, dizer que um animal, na caça de sua presa, ou um malvivente, em suas ações criminosas, sejam espirituais. Para o animal, faltar-lhe-ia espírito; para o bandi-do, correção de intenção e integração de suas forças. O primeiro é só animal em estado puro e instinto, enquanto o segundo é pouco espírito e muito animal em estado desintegrado e desumano.
A vida, em suas múltiplas facetas, será sempre a fonte primária para a espiritualidade. A inspiração poderá vir da paz e da alegria, da vida e da morte, do trabalho e da dor, da artes e dos esportes, da cidadania e do poder, do amor e do lazer, da terra, da natureza e de Deus.
Por sermos gente, todos somos espirituais, ou temos espiritualidade. Santos ou bandidos, piedosos seres eclesiais ou pecadores penitentes ou reincidentes, ninguém deixa de ser espi-ritual. Uns são mais, outros menos, uns de uma forma, outros de outra, mas espiritualidade todos têm porque todos são seres humanos. Na verdade, a experiência nos diz que uns são mais gente do que outros. É pois segundo este mais ou menos que somos mais ou menos espirituais.
Para ser profundamente espiritual não é preciso ser religioso. Bom seria que pessoas de confissão religiosa fossem também luminosamente espirituais, mas não é isto o que sempre se vê na prática. É bastante freqüente a confusão que se faz entre Espiritualidade e Religião. Diz-se, por exemplo, que determinada pessoa é muito espiritual porque tem muita religião. Pode ser um equívoco. Dentro das Igrejas cultiva-se uma religião que não transforma, sem mais, pessoas religiosas em seres espirituais. Não será, por isso, injustiça afirmar que, nas Igrejas, muitas vezes, temos pessoas com muita religião e pouca espiritualidade e, fora de-las, pessoas sem nenhuma religião, mas com muita espiritualidade.
Para os cristãos, a fonte, o caminho de vida, o critério e o alimento da espiritualidade são o Cristo da ressurreição e a história de Jesus. Quem segue esta espiritualidade deveria ser uma expressão intensa de Cristo, ecoando seus sentimentos e caráter. Ele é a cor da paixão dos cristãos pela vida, pelos pobres, doentes e pecadores, pelos perdidos e marginalizados, pelos que não têm pai e mãe, pelos que vivem separados pelos muros das mais várias se-gregações. A cor de Cristo é a da misericórdia e do perdão, da compaixão e da ternura, da consagração a Deus e da ousadia da santidade. É também a cor que abraça a ovelhinha transviada, a cor da beleza arrependida da pecadora pública, a cor da simplicidade cativante da vida, a cor da graça de ter irmãos, a cor da alegria de comer, de pescar e de viver. Tudo isto, somado à sua determinação pelo Reino de Deus, é a cor da verdadeira espiritualidade cristã.
Com vergonha, podemos confessar que estamos longe disso, mas sem esquecer que a espi-ritualidade é um processo longo e doloroso e, mais do que um dado, é um caminho de espi-ritualização. Não somos espiritualmente redondos, acabados. Muito lentamente, vamos nos fazendo mais espirituais e cristãos, na medida em que vamos nos tornando mais plenamente humanos à luz de Cristo e em seu seguimento.
"A glória de Deus, afirmou Santo Irineu (+202), é a pessoa plenamente viva". Ninguém se sente assim, mas podemos chegar lá. O que não podemos é abdicar da tarefa de fazer flo-rescer, de modo harmonioso, a graça da vida ou o nosso jeito humano de ser.
Frei Neylor J. Tonin
Sobre a graça de ter fé
Queridos amigos, gostaria de levantar, hoje, a voz para agradecer a Deus a graça de ter fé. Nós cremos porque Deus nos deu a graça de crer nEle. Ninguém chega a fé por um ato de vontade. Um ateu, por exemplo, não pode acordar de manhã cedo, dizendo: “Hoje, vou começar a acreditar, a ter fé em Deus”. Não é assim que, normalmente, começa, na vida das pessoas, a experiência da fé em Deus. O caminho normal para a fé é outro. Em geral, uma pessoa crê porque outras pessoas, de sua convivência, também crêem, assim como há os que deixam de crer porque, ao contacto com pessoas que crêem, se sentem desestimuladas e... descrentes. O testemunho que elas dão é tão negativo que a fé acaba lhes parecendo uma experiência pouco animadora. Costuma-se dizer que a fé é uma chama, tenra e luminosa, que se alimenta ao contacto com a chama da comunidade dos crentes. Por esta razão, é tão importante a celebração da fé nos cultos das Igrejas. Ali, fala-se da fé, canta-se e alimenta-se a fé, ali a fé cresce e se purifica, torna-se mais luminosa e aconchegante.
A fé é, essencialmente, uma experiência: uma experiência de Deus. E é Deus quem no-la concede. No-la concede através de nossos pais, da comunidade dos fiéis, do encontro com uma grande figura que, sem medo, vivenciou a fé. Um mártir, por exemplo, um santo ou uma pessoa que qualquer em quem reconhecemos a força e a beleza da fé.
Poderíamos nos perguntar se é fácil ter fé e crer. A resposta seria: é e... não é. É fácil crer quando nos sentimos bem, quando a vida transcorre normalmente, quando parece que Deus está próximo, cobrindo-nos com suas bênçãos. É fácil crer quando rezamos e cantamos em nossas Igrejas, quando os padres e pastores parecem ser homens de Deus, desapegados das coisas da vida, quando não fazem do dinheiro a principal preocupação de sua pastoral. É fácil crer quando nossa oração parece ser atendida, quando pedimos e recebemos, quando a Palavra de Deus nos enriquece e alimenta. Por outro lado, devemos admitir que, também, não é fácil crer. Não é fácil crer quando as nuvens tenebrosas das dúvidas parecem cobrir nossa vida. Não é fácil crer quando escândalos abalam nossas Igrejas, quando somos cobrados, aparentemente, para além de nossas forças. Não é fácil crer quando a doença bate à nossa porta, quando a morte nos arrebata uma pessoa querida, quando rezamos e Deus parece não responder, fazendo-se surdo, às nossas orações.
O que fazer, então, em tais circunstâncias? Os Mestres Espirituais aconselham, então, duas coisas: 1a.) Não desanimar. Não duvidar de Deus. Não entrar em desespero. 2a.) Continuar rezando como se nada estivesse de trágico acontecendo. É, então, dizem eles, que mais devemos rezar e acreditar. Eles argumentam que Deus não pode abandonar os que nEle crêem, porque Deus é fiel à Sua palavra e promessas. E a palavra de Cristo é clara: “Quem me segue não andará em trevas”, não se perderá. “Eu estarei convosco até o fim”, em todas as situações. “Eu sou o vosso pastor e vos conduzirei a pastagens verdejantes”. Este é o discurso de Deus em nosso Senhor, Jesus Cristo.
De Deus, não podemos duvidar em nenhuma hipótese, por nenhuma razão, porque suas palavras são eternas e seu amor é sem limites. Para que não duvidássemos de seu amor infatigável e inegável, Ele não duvidou em dar a vida de seu próprio Filho. Quem de nós seria capaz de um tal gesto? Deus o foi. Os Mestres da Espiritualidade afirmam que esta é a maior prova do amor de Deus por nós. Podemos sentir-nos abandonados e derrotados, mas Deus não nos abandonará nem seremos derrotados por nada deste mundo, uma vez que Deus, além de amar-nos apaixonadamente, é senhor da vida e da morte.
Querido amigo, nunca duvide de Deus, de seu amor por você e de seu poder! Quando as trevas cobrirem momentaneamente sua vida, quando suas orações parecem cair no vazio e não obterem resposta, continue de joelhos diante de Deus, crendo nEle, inabalavelmente! Deus continua sendo seu Pai e amando-o entranhadamente. Sua mão, possivelmente, o estará, então, conduzindo para o deserto, para falar-lhe mais intimamente ao seu coração. Em Sua divina providência, Ele o estará conduzindo para a Terra Prometida, onde corre leite e mel. Hoje, você poderá estar experimentando a secura da areia em seus lábios. Amanhã, será a aurora de um novo dia, de um lindo novo dia.
Frei Neylor J. Tonin