Franciscanismo

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sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Orações Franciscanas

Altíssimo e glorioso Deus,
Ilumina as trevas do meu coração!
Dá-me, Senhor,
Uma fé reta,uma esperança certa e uma caridade perfeita,
Senso e conhecimento
Para que realizeTeu santo e veraz mandato.
Amém!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Itinerário Franciscano para Devoção Diária

Irmãs e irmãos amados,

Paz e bem!

Estou postando o nosso Itinerário Franciscano para Devoção Diária para aqueles que queiram ter acesso a ele através de nosso blog.

Com amor em Cristo!

Frei Sidney, CJ, OASF

Protetor Geral da OASF

ORDEM ANGLICANA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS – OASF
ITINERÁRIO FRANCISCANO PARA DEVOÇAO DIÁRIA

Caros irmãos e irmãs em Cristo,

Paz e bem!

O presente material, que agora apresento a todos vocês, visa ser um itinerário franciscano de devoção diária para o uso em nossa Ordem. Nele, além de uma estrutura de devoção diária, se encontra um ensinamento do Pobrezinho tirado das fontes biográficas dos primeiros séculos franciscanos, para cada dia do mês, acompanhado por uma breve e singela reflexão que produzi para o nosso crescimento e meditação.
O modelo de ofício apresentado, visa à organização da devoção daqueles que dela necessitem, no entanto, este material pode ser utilizado, também como parte de nossas orações matutinas e vespertinas, ou demais devoções de cada um.
Espero que este esforço possa contribuir para o nosso aprofundamento e crescimento espiritual, ampliando o amor mútuo que nos nutre e o desejo de servir a Cristo pela ótica de São Francisco e Santa Clara de Assis.

Com amor!

Frei Sidney Pinto Guedes, CJ, OASF

Protetor Geral da OASF.

OFÍCIO DIÁRIO


Para todas as fraternidades da OASF, bem como, para oração diária dos Freis e Freiras de nossa Ordem.


Aqui neste local, e em todas as tuas igrejas espalhadas pelo mundo todo, nós adoramos a Ti, Nosso Senhor Jesus Cristo, e vos bem dizemos, porque pela tua santa cruz redimistes o mundo.


Agora se faz a leitura do principio do dia, seguido de breve reflexão;
Leituras do dia (seguir calendário litúrgico);
Momento de oração e intercessão;
Oração do Pai Nosso;

A graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos nós para sempre.

AMÉM

DIA 1 – Seu ideal bem decidido, seu mais ardente desejo, sua vontade mais firme era de observar o santo Evangelho, dele observar todos os pontos, e em toda circunstância; de conformar-se perfeitamente, com zelo, aplicação, esforço e fervor, à doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, e de imitar os seus exemplos. (I Celano, 84)

A verdadeira regra franciscana é o Evangelho, no entanto, nela encontramos um perfume especial: Francisco nos ensina a viver o Evangelho a partir dos olhos do outro. Ser franciscano é nunca deixar que os olhos do outro passem despercebidos pelos nossos; é acolher sempre, com alegria e fé.

DIA 2 – O Senhor, na sua misericórdia, me deu e me dará muitos filhos que minhas forças sozinhas não saberão proteger. É, pois, preciso que eu os confie à Santa Igreja, para que ela os guarde à sombra de suas asas, os proteja e os governe. (três Comp.,63)

Na Igreja encontramos o alento e o refugio seguro que nos renova para a vida e para o projeto de Deus. Viver a igreja é viver a comunidade. O franciscano nunca se afasta da Igreja, pois reconstruí-la e resignificá-la sempre é sua tarefa e o seu objetivo.Entende que a igreja é divina e, sendo assim, supera as dificuldades humanas que possam nela existir. A Igreja é o berço cristão por excelência!

DIA 3 – São Francisco e seus irmãos experimentavam uma imensa e profunda alegria quando um homem, fosse quem fosse, vassalo, rico, nobre, plebeu, desprezível, honrado, sábio, simples, culto, iletrado, simples fiel do povo cristão, vinha, impulsionado pelo espírito de Deus, para tomar o hábito da santa Ordem (I Celano, 31)

Toda vocação é santa! A alegria de uma fraternidade franciscana está em acolher os que a buscam. São Francisco nos ensina que devemos ter pelos irmãos de nossa ordem, principalmente pelos irmãos vocacionados, o carinho de mãe. Francisco usa essa imagem, que é o símbolo maior do cuidado, para nos dizer que devemos ter todo o carinho do mundo com os nossos irmãos, sem, no entanto, negligenciar em sua formação. Ser mãe é acolher e orientar.

DIA 4 – Uma de suas principais preocupações foi de manter sempre firme, entre seus filhos, o laço da unidade, para que, tendo entrado na ordem sob o impulso dum só e mesmo Espírito, engendrados por um só e mesmo Pai, todos vivessem em paz no seio de uma mesma mãe. Ele queria que reinasse a união entre grandes e pequenos, que sábios e simples comungassem da mesma afeição fraterna, que a força do amor aproximasse os que a distância separava. (II Celano, 191)

Sem unidade, uma fraternidade franciscana não se sustenta. Viver em fraternidade é muito diferente de simplesmente conviver. Muitas vezes convivemos, sem buscarmos de fato o outro e os interesses de nossa comunidade. Às vezes estamos juntos, porém focados em nós mesmos. Ser franciscano é estar focado no outro sempre, com humildade e espírito de serviço. Nunca nos esqueçamos disso.

DIA 5 – O Deus altíssimo olhou a pessoa de São Francisco com tanta afeição e bondade que Ele não somente o tirou da indigência e da poeira de sua vida mundana, mas o transformou em testemunha, arauto e pregador da perfeição evangélica. (Boav.,Prol., 1)

O exemplo de Francisco sinaliza para um Pai misericordioso, cuja graça faz verdadeiros milagres em nossas vidas. Ele ficou cheio do Espírito Santo, de tal maneira que muitos o consideram “o primeiro depois do Único”. No entanto, não nos esqueçamos que a obra de Deus na vida de Francisco e Clara, passa por um chamado e pela aceitação plena e confiante de ambos.

DIA 6 – Na santa caridade que é Deus, eu peço a todos os meus irmãos, ministros e outros, para afastarem todo impedimento, rejeitarem todo cuidado e solicitude e se empenharem, o melhor que puderem, de toda maneira, a servir, amar, adorar e honrar o Senhor Deus, na pureza do coração e do espírito; pois é isto que ele procura acima de tudo. Façamos-lhe sempre templo e uma morada em nós, a Ele, o Senhor todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo. (I Regra, XXII, 23-24)

Francisco deixou como ensinamento relevante para todos os que buscam seguir os seus paços a recomendação de que devemos agir sempre com humildade e espírito de desprendimento. Não queremos posições, privilégios, nem tão pouco, os primeiros lugares. Não! Queremos e devemos servir com simplicidade e amor a Deus. Esse é o nosso carisma.

DIA 7 – Todos os irmãos se esforçarão para seguir a humildade e a pobreza de Nosso Senhor Jesus Cristo; lembrar-se-ão que, de todos os bens deste mundo, não devemos ter nada além daquilo que o Apóstolo indica: ter o que comer e com que se vestir; devemos contentar-nos com isso. (I Regra, IX, 1-2)]

A pobreza franciscana, significa uma disponibilidade total para Deus. Nada pode servir de obstáculo para o nosso serviço em prol do Evangelho de Cristo. Não pregamos nem ensinamos a miséria com algo divino. Não! A miséria é fruto do egoísmo humano que nega partilhar os bens recebidos por Deus. Ser pobre é ser disponível para o serviço e estar focado sempre no outro, com caridade e santo desprendimento.

DIA 8 - A gente não pode conhecer a qualidade da paciência e humildade dum servo de Deus enquanto tudo lhe sorri. Mas quando vier o tempo em que o contrariem os que deviam contentá-lo; o que então ele mostrar quanto a paciência e humildade, é exatamente a que ele tem e nada mais. (Adm. XIII)

Nas tribulações e dificuldades, devemos manter a confiança e exemplificar aquilo que acreditamos. O Cristão não é um ser insensível cuja fé, o torna indiferente às dores e dificuldades. Jesus disse que na vida teríamos tribulações, no entanto, sinalizou para um Pai que atua na História humana de maneira amorosa e presente. A fé nos fortalece e nos ajuda a vencer as dores do mundo, sem nos fazer desistir da luta.

DIA 9 – A Regra e a vida dos irmãos é esta: viver em obediência, em castidade e sem propriedade; seguir a doutrina e os exemplos de Nosso Senhor Jesus Cristo, que disse: “se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-lo como esmola aos pobres; terás então um tesouro no céu; vem e segue-me” (I Regra, I, 1-3)

A obediência franciscana é um ato de amor a Deus, na figura do outro e no seio da Igreja de Cristo. Ser obediente é ser simples e humilde; é perdoar e sempre contribuir para o crescimento do amor entre os homens. Sem obediência, criamos cisões, dividimos e deixamos o nosso personalismo suplantar o nosso amor. A obediência não compactua com o mal, porém, valoriza sempre o bem comum.

DIA 10 – Agora que deixamos o mundo, não temos nada mais a fazer senão esforçamo-nos para seguir a vontade do Senhor e agradar-lhe. (I Regra, XXII, 9)

Nossa Ordem nos chama a viver no mundo. Somos freis e freiras que vivem a secularidade, fazendo do mundo o nosso convento. No entanto, devemos buscar ser luz e sal para o mundo! O franciscano, buscando sempre a perfeição evangélica deve lutar por um mundo mais justo e igualitário, onde prevaleça a partilha e o acolhimento.

DIA 11 – Nunca devemos desejar estar acima dos outros; mas antes ser servos e submissos a toda a criatura humana por causa de Deus. (I Carta, 47)

Optamos e desejamos, como franciscanos, estar a serviço de todos. Não nos envergonhamos com os lugares mais simples, muito pelo contrário, amamos estar nesses lugares! Mesmo quando em função de liderança ou direção, não podemos esquecer o espírito de serviço, pois ele é o que nutre o nosso carisma. Buscamos, também amar a toda criação, entendendo que tudo vem de Deus, sendo assim, toda a criação é sagrada para nós.
DIA 12 – A verdadeira devoção tinha de tal modo enchido e impregnado o coração de Francisco, que ela parecia ter-se apossado por completo do homem de Deus. Daí vem a devoção, que o fazia subir até Deus; a piedade, que fazia dele um outro Cristo; a atenção, que o inclinava para o próximo e uma amizade para com cada uma das criaturas, fazendo lembrar nosso primitivo estado de inocência. (Boav., VIII, 1)

A devoção que não nos transforma e não nos impulsiona em direção ao outro, não condiz com a vocação franciscana. O franciscano vive sua vocação de braços abertos e mãos ocupadas em sempre acolher. Sua devoção o faz amar incondicionalmente o próximo e toda a criação. O faz sentir que em tudo o que vive, se faz presente o hálito do Criador.

DIA 13 – Parecia estar inteiramente devorado, como um carvão ardente, pela chama do amor de Deus. Assim que ouvia falar do amor do Senhor, ficava encantado, emocionado, inflamado, como se a voz fosse um arco que fizesse vibrar as cordas de seu coração. (Boav., IX, 1)

Vivemos uma fé secularizada, que não arde nem faz vibrar as cordas encantadoras que nutrem a melodia divina. Francisco ardia de amor a Cristo! Inflamava-se pelo ardor de sentir-se sempre envolto no Espírito de Deus. Ele nos pede uma fé engajada, transformadora, sem, no entanto perder o foco em Deus.

DIA 14 – Altíssimo, onipotente, bom Senhor, a ti pertencem todo louvor, toda glória, toda honra e toda benção. (Cântico das Criaturas, 1)

A Terra clama por socorro, e Francisco já nos mostrava o caminho há oitocentos anos atrás! Toda criação aponta para o amor divino, e nele devemos mergulhar no trato com a vida e com o nosso planeta. Um cântico de louvor à vida é o recado de Francisco para os dias difíceis e instáveis que vivemos hoje.

DIA 15 – Soberano bem, bem universal, bem total, só a ti, que és bom, possamos render todo louvor, toda glória, toda benção; possamos atribuir sempre a ti todos os bens. Amém. (Laudes, 23-24)

Francisco foi um Santo orante. Fazia da oração o seu alimento e nela se movia a todo instante. A oração para o franciscano é um ato de louvor que movimenta e faz andar. A oração para o franciscano transcende os muros de nossas abençoadas Igrejas, levando ao mundo um canto constante de louvor e glória.

DIA 16 – Considera, ó homem, até que grau de perfeição o Senhor te elevou, pois criou e formou teu corpo à imagem do corpo de seu Filho bem-amado, e tua alma à semelhança de sua alma. (Adm., V, 1)

O homem é o ser mais importante da criação, no entanto, não pode se considerar onipotente para com o resto da obra de Deus. Sua dignidade divina, regatada pela perfeita humanidade de Jesus, que sendo Deus se fez homem, deve impulsioná-lo a um canto de louvor e gratidão, aceitando a tarefa de cuidar desse nosso abençoado jardim. O franciscano deve dar o exemplo de amor a Terra e deve fazer de sua imagem e semelhança com Deus, um gesto de acolhimento para com tudo o que existe.

DIA 17 – Se o filho de Deus, dizia Francisco, desceu da grande altura que separa o seio do Pai de nossa objeção, foi para nos ensinar a humildade, Ele, o Senhor e Mestre, pela palavra e pelo exemplo. (Boav., VI 1)

Francisco via no gesto divino de interferir na História humana, se fazendo Homem, na figura de Jesus, como o exemplo mais sublime e maravilhoso de humildade e amor. Imitador de Cristo por excelência, Francisco nos deixa um legado de humildade e acolhimento, pedindo que em nossas fraternidades, nunca impere o personalismo nem o egoísmo que cega.

DIA 18 – Francisco amava a Mãe do Senhor Jesus com um amor indizível, pois foi ela quem nos deu como irmão o Senhor de majestade e por ela obtivemos misericórdia.
(Boav., IX, 3)

Francisco via no gesto de aceitação incondicional de Maria, um exemplo maravilhoso e perfeito de vida cristã. Queria, seguindo o exemplo da Mãe de Jesus, que todos fossem como mães para com os irmãos de sua fraternidade. Via em Maria aquela que acolheu em seus braços o Salvador do Mundo, e nos ensina a acolher em nossos braços, todos os nossos irmãos e irmãs, pois em todos via a figura do próprio Jesus.

DIA 19 – Quando vires um pobre, irmão, dizia ele, é a imagem do Senhor e de sua Mãe pobre que tens diante dos olhos. E nos doentes contempla também todas as misérias que Ele carregou sobre si. (II Celano, 172)

Francisco amava a Cristo pelos olhos dos pobres. Via neles o clamor pela implantação do Reino de Deus. Os amava e acolhia com devoção e carinho, como se tivesse diante do próprio Jesus! Vivemos num mundo marcado pela exclusão e pelo individualismo, onde milhares de pessoas são descartadas da comunidade dos homens, pelo simples fato de não estarem em condições de consumir e alimentar o Mercado. Como franciscanos, devemos lutar contra todo o tipo de desigualdade, tendo como foco de nossa luta aqueles que mais clamam por amor e socorro: os pobres de Deus.

DIA 20 – Quando meus irmãos vão pelo mundo, eu lhes aconselho e lhes recomendo em Nosso Senhor Jesus Cristo que evitem as discussões e brigas, não julguem os outros mas que sejam afáveis, pacíficos, modestos, cheios de mansidão e humildade, falando honestamente a todos como convém. (II Regra, III, 10-11)

Uma fraternidade franciscana deve ser marcada pelo respeito ao outro e pelo acolhimento que tolera e perdoa sempre. Preferimos à unidade, mas sabemos que nunca haverá uniformidade. Somos diferentes, porém temos em comum a Paternidade divina, e um carisma que nos move. Buscar ser comunidade é nunca optar por atitudes que rachem ou separem os irmãos. Francisco, nos pede honestidade nas relações, no entanto nos lembra da doçura que acolhe.

DIA 21 – Saiba, meu querido irmão, que a cortesia é uma das qualidades de Deus, que manda seu sol e sua chuva aos justos e injustos, por cortesia; e a cortesia é irmã da caridade que extingue o ódio e conserva o amor (Fioretti, XXXVII)

Os franciscanos sempre foram marcados por uma constante alegria. Viver para a obra de Deus, não condiz com um semblante sisudo e um ar de tristeza. Deus é amor e, sendo assim, deve nos levar a uma alegria que se mostra na forma cortez de tratar os seres e as coisas. A cortesia é irmã da caridade, pois faz com que ela olhe nos olhos daquele a quem se quer fazer o bem. A cortesia faz da caridade uma caridade atenta!

DIA 22 – Não devem julgar ou condenar, como diz o Senhor, e não examinarão nem os menores pecados dos outros, mas lembrem-se antes dos seus próprios pecados, na contrição de sua alma. (I Regra, XI, 8)

O carisma franciscano sinaliza para a busca de uma imitação atenta de Cristo, visando crescer a partir do exemplo Daquele, que deu dignidade divina a condição humana. Viver em fraternidade é saber superar as arestas e dificuldades sem julgamentos nem acusações. Uma fraternidade focada nos defeitos uns dos outros, não é uma fraternidade, e sim, um aglomerado de pessoas egoístas e fadadas à separação. Pensemos sempre nisso.

DIA 23 – Encontrava os traços de seu bem-amado em todo lugar de sua criação, servindo o universo inteiro como duma escada para alcançar Aquele que é todo desejável. Em cada uma das criaturas, como em outros tantos afluentes, descobria, com sua extraordinária piedade, a fonte única da bondade de Deus. (Boav., IX, 1)

Francisco nos deixou um exemplo de equilíbrio e respeito por toda criação. Sentia-se parte dela e não proprietário de seres e coisas. A sua amada esposa pobreza o ensinava a amar a tudo sem nada reter para si. O seu amor era pleno, despojado e marcado por um perfume inebriante de canto e louvor. Olhar a vida pela ótica de Francisco é sentir-se tocado por Deus por todos os lados e o tempo todo!

DIA 24 – Uma vez engajado nos caminhos de Cristo, Francisco, o arauto de Deus, teve de atravessar numerosos sofrimentos e doenças penosas; mas ele jamais retrocedeu e acabou realizando, de um modo perfeito, a tarefa que ele tinha tão bem assumido. Nem cansaço e nem abatimento puderam diminuir sua corrida à perfeição. (II Celano, 210)

Francisco passou por muitas dificuldades: crise na Ordem, intolerância de muitos, doença no estômago e nos olhos, frio, fome, enfim. Foi um homem como todos nós, com tribulações e obstáculos. No entanto, nos deixou um maravilhoso exemplo, quando, apesar de tudo, não perdeu jamais, o seu foco maior: Cristo Jesus!

DIA 25 – Bem-aventurado o religioso que só sente prazer e alegria nas palavras e nas obras Santíssimas do Senhor e delas se serve para levar os homens ao amor de Deus com toda alegria (Adm., XXI, 1-2)

A vida religiosa nos pede engajamento total na seara de Cristo. É dela, fazer o nosso farol e nela, construir os alicerces seguros para a construção de uma casa sólida e acolhedora. O religioso escolhe livremente aceitar o chamado de Deus para ajudá-lo na construção de Seu reino entre os homens. É saltar sem medo no abismo do sim!

DIA 26 – Os irmãos deveriam viver no meio do povo de tal maneira que ao ouvi-los ou vê-los, todos começassem a glorificar o Pai dos céus e louvá-lo devotamente. (Três Comp.,58)

Viver no mundo de tal maneira que todos possam enxergar em nós a ação de Deus entre os homens. Somos chamados a ser o sal da Terra. Precisamos levar isso em grande conta, pois nossa vida é o cartão de visita usado por Jesus para o chamamento a todos para o Seu reino. Somos os portadores do convite, e devemos cuidar para que ele não perca o seu brilho, nem desbote suas palavras. Isso tudo, sem perder a humildade e a simplicidade daqueles que querem apenas servir.

DIA 27 – São Francisco conservou sempre o fervor dum principiante, a paixão por todas as atividades do espírito. Um momento não consagrado a uma boa ação era, a seus olhos, uma falta grave, pois não avançar é recuar. (II Celano, 159)

O exemplo acima é um dos mais importantes que o Pobrezinho de Assis poderia ter nos deixado. Muitas vocações se diluem, após o fervor inicial. A rotina, a aridez, o cansaço e o desencanto, são aquelas sementes plantadas em solo raso, que nos ensinou Jesus. A falta de raízes fortes, a fazem não sobreviver por muito tempo. São Francisco, manteve uma vida marcada pela constância e pelo desejo de avançar sempre. Seguir o seu exemplo, com oração e serviço, deve ser a meta de um franciscano.

DIA 28 – Um servo de Deus não deve apresentar-se, diante dos homens, triste e mal-humorado, mas, ao contrário, sempre amável. Vai ao teu quarto para passar teus pecados em revista; chora e geme diante de Deus; mas, quando estiveres de volta entre teus irmãos, deixa lá dentro tuas penas e faze como os outros. (II Celano, 128)

Existe no presente ensinamento, dois pontos que merecem nossa reflexão: servir com alegria deve ser sempre a meta de um franciscano, no entanto, percebemos que nem sempre é possível. As dores às vezes são fortes e insistem em nos acompanhar em todos os momentos. O que Francisco quer nos dizer, é para não deixarmos que os nossos problemas contaminem outras pessoas. Ele no ensina a buscar refúgio em Deus, regaço seguro onde podemos chorar e abrir os nossos corações. No entanto, o Pobrezinho nos lembra que precisamos seguir firmes e para isso é necessário enfrentar a vida com coragem e alegria.

DIA 29 – Os irmãos, aos quais o Senhor deu a graça de trabalhar, trabalhem com fidelidade e devoção. (II Regra, V, 1)

Somos uma Ordem de vida secular e precisamos estar no mundo e dele tirar o nosso sustento. O trabalho deve ser também um espaço de devoção e exemplificação de uma vivência cristã e fraterna. A ociosidade não condiz com o espírito franciscano que tem no serviço um valor inestimável. Seja em nossa vida cotidiana, seja em nossas atividades pastorais e litúrgicas, que o trabalho brote de nossas mãos de forma alegre e constante.

DIA 30 – Tinha aprendido a fazer com prudência e distribuição do tempo que Deus nos concede para adquirir méritos; empregava uma parte dos trabalhos e das fadigas em proveito do próximo, e a outra parte no recolhimento e na contemplação extática.
(Boav., XIII, 1)

Existem aqueles que na tarefa do Reino se dedicam a atividades pastorais de cunho social dando menos importância à devoção. Viram meros ativistas sem o brilho da fé. Outros, passam horas, dedicados à oração pessoal e não transformam a mesma em serviço ao próximo. Viram meros egoístas focados em si mesmos. Francisco nos propõe um equilíbrio essencial: acolher o próximo, ajudá-lo e amá-lo sempre, sem no entanto, abandonar a oração contemplativa e a meditação silenciosa.

DIA 31 – O superior, dizia Francisco, é um pai e não um tirano. (II Celano)

Aqueles cuja tarefa na Ordem e na vida está vinculada a funções de liderança e coordenação, nunca devem se esquecer de que toda a obra pertence a Deus e que somos meros servidores. Toda a tarefa deve estar focada no serviço humilde e desinteressado, cujo tempo e o status são insignificantes diante do Amor divino. Aquele que liderar, deve ser servo de todos.


PAZ E BEM!