Franciscanismo

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Sobre o Livro do Apocalipse

Não há como não nos perguntarmos, quando lemos as páginas do Livro do Apocalipse, este enigmático livro, o que Deus quer nos revelar com ele? Como as coisas dos últimos tempos se passarão?
“Visão do Apocalipse”, usamos esta expressão muitas vezes, diante de uma catástrofe. E é uma catástrofe, de verdade, o que João nos oferece neste Livro. No mundo, nas nossas cidades, vivem os homens e as mulheres, com suas esperanças e seus amores e com seus dramas cotidianos. Gente que ama e gente que morre. O mal aqui está, espalha-se pelo mundo inteiro, em guerras, violências, ódios, mentiras, egoísmos, exclusões... O grito de desespero da criança abusada sexualmente; o choro escondido da mulher espancada dentro de casa; a lágrima solitária do jovem que não encontra emprego, enquanto o dono da fábrica enriquece; a solidão do adolescente homossexual humilhado na escola; a dor do idoso abandonado no hospital; a solidão do mendigo, que já perdeu a esperança e apenas estende a mão... A angústia de quem se descobre soropositivo e tem apenas dúvidas do dia de amanhã; a revolta impotente de quem é vítima de calunias e maledicências... São “visões do apocalipse” para nós tão familiares e são tão cruéis. É o monstro econômico que explora os pequenos e impede o acesso às riquezas da terra, ou o monstro ideológico que alimenta o racismo, o desprezo pelos imigrantes, a nacionalismo egoísta, a violência, a corrupção e a opressão religiosa ou abuso espiritual...
Conhecemos de uma maneira ou de outra o mal do mundo. Entretanto em Jesus, podemos experimentar a paz, podemos conhecer a esperança e viver de fé. Olhamos para Jesus e vemos um Deus que se fez homem, que se banhou em Seu próprio Sangue, Cordeiro Imolado, para nos trazer a Salvação. Olhamos para Jesus e vemos Deus, aureolado com o arco-íris, sinal de glória, um Deus de mão erguida, como Juiz da Misericórdia. Sua Voz é poderosa e nada escapa a Seus Olhos, chamas ardentes, que penetram o mais fundo dos corações e mentes.
Em Sua Boca, a Palavra de Deus é espada afiada, cujo julgamento separa, implacavelmente, o bem do mal, o grão de trigo do joio. Ele é, como Deus, o Primeiro e o Último! Por Sua Ressurreição, entrou na Verdadeira Vida, não nesta vida efêmera, constantemente ameaçada, que é a nossa, mas naquela que é a nossa vida futura, a plenitude mesma de Deus: Ele é o Vivente!
É isto que o Livro do Apocalipse quer nos revelar, é esta convicção que quer implantar em nossos corações e mentes: Cristo é o Vencedor!!, e nós recebemos dele e com Ele esta Vitória! Não uma vitória fácil de quem foge da realidade, mas a rude realidade do Combatente/Testemunha coberto de sangue, do Seu Sangue Redentor. O Apocalipse nos diz que em Jesus Cristo, na Sua Cruz, o mal foi vencido. No Apocalipse ficamos sabendo, vemos, com João, o exilado de Patmos, que o mundo e a humanidade são feitos para a beleza, para a paz, para a Verdade, para a Salvação, pois em Jesus Cristo a criação é recriada. E que um dia, e este dia já começou, os que seguem o Cordeiro, desprezando o monstro da mentira e da maldade, conhecerão a felicidade Eterna, onde toda a Verdade será revelada e não mais haverá choro, pois toda a lágrima será enxugada, e os que seguem o Cordeiro que é Jesus Cristo Glorioso, que traz em si os sinais de Sua Vitória sobre a Cruz, mas que agora está já no Trono e cujo destino passa a ser também o nosso: a Ressurreição e a Vitória final e definitiva sobre o mal e seus adeptos e nós, santificados por Ele, incluídos e reconciliados definitivamente, cantaremos na Glória: “Santo! Santo! Santo! È o Senhor, Deus do universo!”.
Sim, irmãos e irmãs, a mulher atacada é a Igreja que é fiel ao Evangelho, mas que é constituída de homens e mulheres reais, não de anjos, que O testemunha, que bebe do Sangue! Mas a quem o inimigo eterno de Deus, usando outros homens e mulheres, orgulhosos e fracos, tenta destruir; mas o próprio Deus a preserva e ela segue, pequeno rebanho, entre ataques injustos, para a Herança Eterna, para ela preservada desde toda a Eternidade, para receber a recompensa no Céu! O Paraíso definitivo, que mais que um lugar, é a Comunhão definitiva com Jesus Cristo, no Seu Amor Eterno.
O Espírito Santo é aquele que nos rememora e nos ensina as Palavras de Cristo, é Ele quem fala à Igreja, que nos convida, maternalmente, a repousarmos de nossas fadigas, no repouso de Deus. E Ele quem mantém e sustenta a cada um e cada uma de nós na fidelidade ao Cristo; e quem recusa a Verdade do Evangelho que liberta e inclui, são os que cometem pecado contra o Espírito Santo. E o Espírito e a Igreja, a Esposa, dizem ‘Vem!’! É Ele quem murmura no nosso coração as palavras de oração perfeita que devemos dizer. É Ele que guarda esta nossa Igreja Católica e Apostólica, que é a Una e Santa Igreja de Cristo, mas renovada e restaurada, testemunha do Evangelho livre e libertador, o único Evangelho de Jesus Cristo que há, durante sua longa jornada de esperança e fé, mas, sobretudo de amor. É Ele que conosco, exclama: Amém! Vem, Senhor Jesus!”.
Pe Fr Gelson, oasf

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